em COVID-19, Economia

Segundo a Infomoney, o mercado em 2021 promete trazer boas novas para a economia brasileira. O tombo em 2020 com a pandemia do coronavírus foi grande, mas já temos coisas rolando como a taxa básica de juros subindo, mesmo a níveis bastante baixos em termos históricos, e a inflação controlada. Com isso, a expectativa é de alta do PIB em 2021.

Mesmo com otimismo, temos que ser realistas e considerar que haverá grandes desafios, com destaque para a questão fiscal.

Após um ano de fortes gastos para conter o impacto do avanço da pandemia por meio de programas de auxílio que foram tão importantes, o primeiro grande tema do ano é o comportamento da economia com o fim desses programas governamentais. Afinal, eles impulsionaram a recuperação do consumo no segundo semestre de 2020.

O esperado é que o consumo agregado e o PIB sigam expandindo ao longo de 2021, mesmo que um ritmo mais desacelerado.

A grande questão é o fiscal

De acordo com a Infomoney  o fiscal é um dos maiores desafios impostos nos últimos anos – e que a pandemia só agravou. A expectativa é de um novo ano de déficit, mas as previsões variam sobre qual será o peso da dívida para a economia brasileira.

Segundo o Credit Suisse, apesar da perspectiva mais positiva para o crescimento econômico em 2021 e 2022 e, consequentemente, para a dinâmica das contas fiscais, a trajetória da dívida bruta como percentual do PIB seguirá em trajetória de alta no nos próximos anos.

Os analistas esperam que o governo permaneça comprometido com o teto de gastos e a aprovação de reformas emergenciais, o que deve permitir ao governo recuperar alguma credibilidade fiscal até que as outras reformas na área sejam feitas.

Contudo, como definiu Mansueto Almeida, secretário do Tesouro, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, não há muito mais espaço de manobra.

“A situação é a seguinte: hoje, o Brasil não pode abrir mão de R$ 1 de receita e ainda tem de se esforçar para recuperar neste e nos próximos anos a receita que perdeu com a crise da covid-19 na queda do PIB e na arrecadação”, avaliou. 

Cenário para inflação e política monetária

Para os próximos meses, os analistas do banco esperam uma “normalização gradual” da política monetária. Com a recuperação da economia, a projeção é que o Banco Central aumente os juros, com a Selic chegando a 4,5% no fim de 2021 e em 6% em 2022. 

Esta alta da taxa básica de juros deve ter início no meio do próximo ano, momento em que o Credit também vê a inflação atingindo níveis mais altos. Mas mais que a alta de preços, os analistas enxergam esse início de novo ciclo pelo BC puxado pela recuperação da economia nacional.

Câmbio: dólar abaixo de 5?

Apesar de passar por uma forte queda no fim do ano passado, o dólar encerrou 2020 com valorização de 29% ante o real, deixando a moeda brasileira entre uma das piores do mundo. 

Além do fiscal, o forte avanço da Covid 19 consolidou o Brasil como um dos países mais afetados pela pandemia no mundo, enquanto o segundo semestre foi de maior queda da moeda americana em um cenário de grande liquidez global e avanço no desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus. Mas os fatores de risco devem seguir no radar dos investidores, o que deve movimentar o câmbio no ano que começa.

Para o BB Investimentos, que prevê o dólar a R$ 5, superada a crise sanitária, a expectativa é de que o país retome as discussões em torno da agenda de consolidação fiscal, o que deve contribuir para a redução das incertezas que pairam sobre a sustentabilidade fiscal do Brasil no longo prazo, o que pode gerar uma pressão de queda para o real. Mas, dado o cenário de juros domésticos mais baixos,  o câmbio tende a se estabilizar em um patamar mais elevado em relação à média dos últimos anos. Veja mais sobre o cenário para o câmbio em 2021 clicando aqui. 

As previsões apontam para um 2021 melhor do que ano que passou. Porém, é preciso considerar os riscos no radar. “[A pandemia] torna difícil modelar o crescimento porque não é o tipo de choque tradicional da economia, é algo que acontece uma vez a cada cem anos. Esse nível de incerteza significa que o leque de crescimento possível para 2021 é bem mais amplo”, na avaliação de Ramos, do Goldman Sachs.

“Estamos operando com um grau de incerteza muito elevado, que se soma à própria incerteza relacionada ao processo legislativo, ao ajuste fiscal e à governabilidade. Será um ano complicado, de grande volatilidade”, aponta o economista.

Equipe Exacta Contabilidade

Fonte de matéria: Infomoney

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